OBSERVATÓRIO DE MÚSICA LATINA
Ontem (11 de março) foi realizado na Casa Fora do Eixo o Observatório de Música Latina, que contou com a presença da argentina Diana Glusberg, de músicos, como a galera do Macaco Bong, e jornalistas. A casa estava cheia.
texto: revista ounão / foto: Trwmai Santana.
Após a rodada de apresentações, Diana Glusberg falou sobre a cena musical argentina, onde uma nova perspectiva de produção e circulação, somada a parcerias com casas de shows e outras frentes como o próprio Fora do Eixo, fortalece a criação de uma nova cena musical, diversificada e de intercâmbio. Esse processo passa também pelo entendimento tanto dos artistas quanto de produtores, donos de casas de shows e outros agentes promovedores de cultura local, onde a frase “Artista igual pedreiro” (Título do primeiro disco do Macaco Bong), ganha força e maior entendimento.
Sobre o intercâmbio Brasil-Argentina foi apontado o aumento no fluxo de grupos musicais circulando nos dois países, circulação esta que abrange regiões até então não privilegiadas com essas ações. Com isto, mais cidades e pessoas estão entrando em contato com novos grupos artísticos, bem como conhecendo as diferentes formas de se pensar e promover cultura que está em formação.
Outro ponto forte sobre os novos processos de intercâmbio é a entrada dos Festivais Fora do Eixo em território Argentino, como o Grito Rock e outros. Isso faz com que a cadeia produtiva de ambos os países se apresentem para públicos diversos, que são atraídos pelas bandas locais e que acabam por dar a chance dos grupos convidados de outros países de se tornarem conhecidos.
Um fato importante e levantado por Ynaiã Benthroldo – baterista do Macaco Bong – é justamente o fortalecimento da moeda brasileira perante os outros países sul-americanos que acaba por favorecer a ida de bandas independentes para fora do país, o que muitas vezes é mais barato do que circular dentro do Brasil.
As possibilidades de conexão são reais e já estão em atividade, e isto é demonstrado pelas ações do Fora do Eixo em outros países da America Latina, como o Congresso Fora do Eixo que será realizado esse ano na Argentina, o que acaba por prenunciar a internacionalização do Fora do Eixo.
As portas estão abertas para o mundo, esse é um momento único na história da cultura independente e os artistas e produtores culturais já estão atentos a essa nova realidade. O Observatório termina com um sabor de novos horizontes e grandes iniciativas estão por vir.